quarta-feira, 6 de maio de 2009

Paquistão diz ter matado 64 talibans; presidente encontra Obama

MINGORA, Paquistão (Reuters) - As forças paquistanesas disseram ter atacado combatentes do Taliban na quarta-feira, matando pelo menos 64 deles, no mesmo dia em que o presidente do país se reúne em Washington com seu colega Barack Obama.
Um acordo de fevereiro, destinado a conter a violência do Taliban no Vale do Swat, foi abandonado, e milhares de pessoas fugiram na terça-feira de Mingora, principal cidade da região, depois que um funcionário do governo alertou para a iminência de combates.
A ofensiva militar, com artilharia e helicópteros, ocorreu nos arredores de Mingora, que fica 130 quilômetros a noroeste de Islamabad, e no vizinho distrito de Buner. Um dos alvos foi uma mina de diamantes que o Taliban havia ocupado.
"Houve duas ofensivas rápidas das forças de segurança. Expulsamos os militantes e estamos avançando", disse uma fonte de segurança, pedindo anonimato.
O Exército afirmou que 37 militantes morreram no Swat, sendo 35 na mina, e que dois soldados foram mortos por uma bomba. Em nota, os militares disseram que a sede dos militantes perto de Mingora foi destruída.
Uma força paramilitar disse que outros 27 militantes morreram em Buner. Não houve confirmação independente das cifras.
Uma fonte militar rejeitou as especulações de que os confrontos seriam prenúncio de uma grande ofensiva no Swat, mas moradores disseram ter visto tropas chegando em caminhões, e um funcionário do governo confirmou o envio de reforços.
Desde o início dos combates, no mês passado, até 38 mil pessoas já fugiram do Swat e arredores, uma região onde há cerca de 1,6 milhão de habitantes, segundo as autoridades.
Um porta-voz do Paquistão disse que o acordo no Swat foi abandonado. "A situação está péssima. Eles estão usando todo tipo de força contra nós. A guerra total começou, e nossos combatentes estão apresentando resistência", disse o porta-voz Muslim Khan por telefone.
O presidente do país, Asif Ali Zardari, está em Washington para discutir a ameaça dos militantes com Obama e com o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai.
Obama deve pedir aos dois líderes que deixem para trás um histórico de desconfiança mútua e participem de uma aliança com os EUA contra os extremistas, segundo fontes do governo norte-americano.
A violência e difusão do Taliban no Paquistão têm gerado dúvidas sobre a capacidade de controlar a situação por parte do governo civil paquistanês, eleito no ano passado.

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